março 01, 2010




Vivo sem viver em mim




Vivo sem viver em mim,

E tão alta vida espero,

Que morro porque não morro.



Vivo já fora de mim,

Depois que morro de amor;

Porque vivo no Senhor,

Que me quis para Si:

Quando o coração lhe dei

Pus nele este letreiro,

Que morro porque não morro.



Esta divina prisão,

Do amor em que eu vivo,

Fez de Deus meu cativo,

E livre meu coração;

E causa em mim tal paixão

Ver a Deus meu prisioneiro,

Que morro porque não morro.



Ah, que larga é esta vida!

Que duros estes desterros,

Este cárcere, estes ferros

Em que a alma está medita!

Só esperar a saída

Causa-me dor tão fera,

Que morro porque não morro.



Ah, que vida tão amarga

onde se não goza do Senhor!

Porque se é doce o amor,

Não o é a esperança larga:

Tire-me Deus esta carga,

Mais pesada que o metal,

Que porque porque não morro.



Só com a confiança

Vivo do que hei-de morrer,

Porque morrendo o viver

Me a esperança assegurança;

Morte dond’o viver se alcança,

Não te tarde, que te espero,

Que morro porque não morro.



Olha que o amor é forte;

Vida, não me sejas molesta,

Olha que só me resta,

Para ganhar-te, perder-te.

Venha já a doce morte,

O morrer venha ligeira

Que morro porque não morro.



Aquela vida de arriba,

Que é a vida verdadeira,

Até que esta vida morra,

Não se goza estando viva:

Morte, não me sejas esquiva;

Viva morrendo primeiro,

Que morro porque não morro.



Vida, que posso eu dar

Ao meu Deus que vive em mim,

Se não o perder-te a ti,

Para merecer ganhá-l’O?

Quero morrendo alcança-l’O,

Pois tanto a meu Amado quero,

Que morro porque não morro.



Santa Teresa de Jesus



Avé Maria Puríssima !

Santa Beatriz da Silva

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