junho 20, 2010

MADRE CUSTÓDIA DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO (Concepcionista)

MADRE CUSTÓDIA DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO



  



  
Nascimento

Foi a Venerável Custódia do Sacramento filha de Manuel Ribeiro Veiga, e de sua mulher, Catarina de Couto, assistentes na sua Quinta de Veiga de Penso, termo da cidade de Braga.

Em Veiga de Penso, a alguns Quilómetros da cidade de Braga, na freguesia de S. Estevão, que veio ao mundo esta ditosa Serva de Deus, no dia 17 de Junho de 1706.

Foi baptizada com o nome de Custódia, na igreja no lugar de Assento, perto do lugar aonde nasceu, três dias depois, por seu tio, o Reitor de Ronde, Pe. João de Couto.

Custódia foi a mais nova de um grupo de oito irmãos.






  

• Infância

A infância de Custódia foi o desabrochar da flor cujo aroma havia de perfumar os altares de Deus.

“Já na idade de quatro ou cinco anos, lê-se na sua biografia - desaparecia de casa e buscava a igreja, na qual sua mãe a foi achar de joelhos orando com fervorosa e devota aplicação”.

Custódia era mansa, toda propensa para a virtude; no seu peito pequenino pulsava já um grande coração, donde se derramava um amor intenso.

Pois, segundo reza a Crónica, ” já naquela tenra idade era tão extremosa na caridade para com os pobres, que tudo o que alcançava lhes dava, não só os comestíveis, senão também os sapatos e outras alfaias do seu uso”.


Adolescência

Custódia crescera; tornara-se maior também na virtude. O teor da sua vida foi a oração e o trabalho. Não obstante os criados que havia em casa, ela tomou a seu cargo “os exercícios mais humildes”: varria, lavava, amassava; e, “em quanto o pão se levedava ia ouvir Missa e visitar a Via-sacra”.

Custódia era já adulta. Tinha um rosto “formoso”, “sobre o trigueiro” e “olhos claros, como diamantes”.

Sua alma, porém, era mais formosa ainda: trajava “muito honestamente” e tinha “virtude tão qualificada, que sempre vivera na graça do baptismo”.





No Convento da Conceição

Tinha Custódia vinte e sete anos de idade quando falou aos pais do seu propósito de se fazer religiosa no Convento da Conceição, em Braga.

Não os surpreendeu a resolução da filha, pois observavam de perto, como desde de criança, se consagrava inteiramente a Deus. Assim, logo se conformaram com a sua vontade.

Obtido o consentimento dos pais, agora Custódia via á sua frente novos e luminosos rumos… Cheia de íntima vibração, de ansiedade e também de nostalgia, prepara a sua abalada para o Claustro - para o seu místico noivado!






  
Noviça

Foi no dia 2 de Outubro de 1733, festa do Anjo Custódio, que Custódia Maria tomou o hábito de noviça.

Vivia agora numa muito maior intimidade com o Senhor, para quem afinal, desde sempre , só vivera… Eis porque, como noviça, foi tão observante, que não só cumpria escrupulosamente a sua obrigação, mas ainda “se avantajava as mais”.



Professa

Foi também em 2 de Outubro, que fez a sua profissão, “com grande alegria sua, e de toda a Comunidade”.

Por este dia certamente de há muito suspirava, o seu místico consórcio com o Esposo das Virgens.

Imitava as demais religiosas, não só no hábito como em todo o teor de vida, “pondo muito particular cuidado em que a sua virtude fosse mais interior do que exterior”.

Eis precisamente a nota mais saliente da sua espiritualidade: uma profunda vida interior.

Seria então por sacrifício e mortificação que ela “guardava quase sempre silêncio”… E talvez não. Seria antes uma necessidade da sua vida íntima.

Agora se compreende sentisse as maiores delícias em recolher-se à cela interior, não falando aos homens para falar com Deus… que lhe importava o trato humano, se tinha familiares comunicações divinas?

Custódia fez de si mesma o mais completo holocausto a Deus: do corpo e da alma, que lentamente se evolva, no arroubo constante da oração… Alma diamantina, aos 33 anos, pelo conjunto das suas virtudes, era um horto em plena e radiante floração… Mas horto cerrado, pois essas virtudes “com muito particular cuidado” as ocultava. O Senhor, porém, as conhecia; veio colhê-las então.



Doença

Custódia Maria passou com perfeita saúde os primeiros cinco anos de Religião. Ao fim deste tempo, porém consequência talvez do excessivo rigor com que tratava o seu corpo, sobreveio-lhe uma doença grave: “Começou a Madre Custódia a lançar pela boca muito sangue”.

A boa religiosa melhorou e continuou a ir ao Coro, levando vida normal.

Em 12 de Abril de 1739, um golpe profundo veio abalar mais ainda a sua débil saúde: sua mãe, D. Catarina do Couto, acabava de fechar os olhos para a luz desta vida. Seu pai, Manuel Ribeiro, tinha falecido também havia apenas dezoito meses.

Órfã de pai e mãe, que mais desejava agora senão desprender-se completamente do mundo e unir-se para sempre a seu Divino Esposo?

Não obstante o seu estado de grave sofrimento, que se prolongou alguns meses, a Venerável Madre andava a pé, ia ao Coro confessar-se comungar e ouvir Missa; a Matinas não ia, porque “não podia, nem a deixavam ir”.

Era a última purificação porque passava o ouro das suas virtudes, em contacto com a dor… Era a sua alma, diamante de fino quilate, tornando-se mais refulgente pelo buril das enfermidades da carne.

Não podia agora cantar matinas com as irmãs, no Convento… É que chamava-a já o Esposo para entoar as Laudes, com os anjos, lá no Céu!…



Morte

A serva de Deus não ignorava a gravidade do seu estado.

Vendo que a morte se aproximava velozmente, num Sábado, dia 20 de Junho de 1739, de manhã, foi comungar, como de costume.

No dia seguinte, Domingo,21 de Junho, andou a pé e foi rezar como costumava ; porém, ” passou de noite com agonias “.

Estavam a chegar os seus últimos momentos.

Na manhã de segunda-feira ainda quis ir comungar ao Coro, ” mas não a deixaram, vendo a sua grande debilidade, e deu-se-lhe a comunhão na cela”.

Pediu perdão a toda a Comunidade; solicitou depois a Extrema-Unção, “porque morria, instando que fosse logo, porque se houvesse demora, não chegaria a tempo ” ; rogou ainda que lhe dessem um crucifixo ” para se despedir do seu Senhor , e Pai “.

Por fim , ” acabando de receber os Sacramentos, abraçou-se com o Crucifixo , e placidamente deu a alma a seu Divino Esposo em segunda feira, 22 de Junho, das sete para as oito da manhã, tendo de idade trinta e três anos, e de Religião seis”.

Um plangente dobrar dos sinos logo anunciou à cidade o falecimento duma religiosa no convento da Conceição. Sua alma voava, rumo à Glória.

Na terra tornava-se manifesta agora a senda luminosa, a réstia indelével da sua santidade



Prodígios

Ficou depois de morta “como viva, e com o rosto muito mais formoso”; conservou sempre toda a sua flexibilidade.

Voou célere por toda a cidade a notícia do que se estava passando no Convento da Conceição. Lê-se na sua biografia que “o concurso da gente era tanto, que foi preciso porem-se na grade e na Portaria Religiosa para repartirem bocadinhos de hábito, de véu, e de outras coisas do seu uso, para assim satisfazer a ânsia com que todos pediam relíquias da serva de Deus, e nem assim se pode contentar a todos, e os que as alcançavam, iam tão contentes como se levassem jóias de grande preço”.

Averbado à margem do livro de assento de Baptismo de Custódia Maria, encontra-se: “Faleceu a 22 do mês de Junho do ano 1739 no Convento da Conceição com grande opinião de Santidade”.

Na mesma página se abrira e se encerrara o termo desta vida que fora breve, mas intensa, humilde, mas gloriosa.

Na página do Baptismo - da inocência, as páginas da vida - todas iguais pela virtude, mais a página da morte, a mais bela : da santidade.

Mas Custódia Maria não morrera. Passando desta vida nimbada em halos de bem-aventurança, aquele dia não foi o último, não!



Beatificação

E como não haviam de tratar da glorificação de uma alma cuja heróica

virtude era verdade insofismável, e agora se via confirmada tão claramente pelo selo divino do milagre.

Assim, a Madre Maria Benta do Céu que ainda conhecera e tratara a Madre Custódia, depois de Ter escrito tão piedosamente no Jardim sua vida, virtudes, morte e prodígios, de que fora testemunha, lança-se agora com imensa solicitude e incansável esforço à organização do Processo para a sua Beatificação.

Consta-nos os primeiros passos do Processo de Beatificação , com data de Novembro de 1772.

 
 
  Fontes:
  • http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/372893.html 

Avé Maria Puríssima !

Santa Beatriz da Silva

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