janeiro 11, 2011

Irmãs Concepcionistas de Piracicaba –Vilarezende – Brasil

 
 

IRMÃS CONCEPCIONISTAS DE PIRACICABA
“deixamos o mundo, não para o rejeitar, mas para melhor ajudar.”
O Mosteiro da Imaculada Conceição de Piracicaba, das monjas concepcionistas de Santa Beatriz da Silva, é habitado por cinco irmãs. São religiosas que dedicam suas vidas á oração.
Coincidentemente todas são descendentes de imigrantes europeus, portugueses, espanhóis e italianos. São duas paulistanas, duas piracicabanas e uma charqueadense.

- MADRE MARIA CELINA DA IMACULADA CONCEIÇÃO, (Maria da Conceição de Souza), filha de pais portugueses da cidade de Chaves, nasceu em São Paulo, no bairro do Belém, em 13 de fevereiro de 1926. Aos 15 anos começou a trabalhar como pespontadeira de calçados para ajudar nas despesas da casa.
Aos 23 anos entrou para o Mosteiro da Luz. Lá permaceu até 1956 quando veio para Piracicaba para a fundação do novo Mosteiro. Aqui foi mestra de noviças, restauradora e pintora de imagens sacras e cozinheira. Para ajudar na construção do novo mosteiro trabalhou dois anos para duas lojas de calçados, exercendo sua antiga profissão de pespontadeira. Era ajudada por suas noviças.
Com a morte da primeira Abadessa, Madre Maria Helena, foi eleita para este cargo em 1979 e permaneceu até 1991. Em 2003 foi reeleita como abadessa e exerce o cargo até hoje.
- IRMÃ MARIA ANTONIA DE SANTANA GALVÃO, (Maria das Dores Valente Paraíso), nasceu em 02 de maio de 1935 no bairro de Campos Elíseos, em São Paulo/SP. Estudou o primário com as irmãs vicentinas e o ginásio com as irmãs salesianas, em Guaratinguetá. Entrou para o Mosteiro da Luz com apenas 16 anos em 1952. Não havia ainda professado os votos perpétuos quando foi designada para a fundação do Mosteiro de Piracicaba. Aqui exerceu o ofício de rouperia, isto é, confeccionava o hábito das irmãs e secretária. Escreve muito bem e publica seus artigos no jornal de São Manuel, cidade de origem de sua família e na imprensa católica. Foi abadessa em duas ocasiões: de 1991 a 1993 e de 2000 á 2003. Atualmente é vigária, suplente da abadessa e secretária.
- IRMÃ MARIA LUCIA DA ASSUNÇÃO, (Marilene Vitti Mosna) piracicabana, descendente de tiroleses, nasceu no Bairro de Santana em 16 de novembro de 1941. Estudou no colégio Assunção das Irmãs de São José. Entrou para o Mosteiro com 15 anos de idade. Foi a primeira á ingressar quando o mosteiro ainda estava na rua treze de maio, centro de piracicaba. Cuidava dos canteiros, cultivando flores para a capela, depois foi ajudante da Madre Maria Helena na cozinha. Conserta e pinta imagens sacras com perfeição. É a 2ª. Conselheira do Mosteiro.
- IRMÃ MARIA CELESTE DE SÃO JOSÉ, (Aida Cristina Moretti), nasceu em Piracicaba no dia 12 de novembro de 1935. Estudou no colégio Assunção e formou-se no magistério. Entrou para o mosteiro com 24 anos. Exerceu o cargo de Ostiaria e especializou-se em pintura e bordados.
- IRMÃ MARIA BEATRIZ DE JESUS HÓSTIA, (Conceição Aparecida Davanzo), nasceu em Charqueada em 27 de janeiro de 1955. Descendente de italianos e pelo lado materno, parente do Santo Papa Pio X. Entrou no Mosteiro com 19 anos em 1974. Excelente bordadeira, já fez várias toalhas de altar. Atualmente se dedica á cozinha e á pintura de peças sacras. Foi á primeira á ingressar no mosteiro já instalado em sua sede própria, na Vila Rezende.
Sãos elas que fazem todo o serviço doméstico, costuram e pintam toalhas para as igrejas, restauram imagens sacras e até recentemente faziam as hóstias utilizadas nas celebrações da missa.
O dia das irmãs tem 16 horas úteis, pois levantam ás 5 horas e vão dormir ás 21 horas. Seu dia é bem organizado e repartido entre o trabalho e a oração, de modo que, em média rezam seis horas por dia em comunidade. Mas nas demais horas estão em clima de oração, assim não deixam nunca de rezar.
As informações externas que recebem através da televisão, de cartas, jornais e visitas dão um sentido apostólico e missionário á vida de clausura das irmãs, tornando-as bem informadas.
Não visitam nem mesmo a família mas recebem a visita de familiares, amigos e benfeitores.
Usam hábito longo, branco, com manto azul e véu preto. O branco representa a pureza Imaculada de Nossa Senhora, o azul exprime que sua alma foi sempre um céu habitado por Deus
São estas cinco irmãs que mantém em ordem a bela construção do Mosteiro e ainda arrumam tempo para orientar, ouvir e aconselhar os que necessitam de auxilio.
MADRE MARIA CELINA DA IMACULADA CONCEIÇÃO60 anos de vida religiosa
O dia 09 de janeiro de 2011 será um domingo de grande festa e alegria para toda a comunidade católica de Piracicaba e de modo muito especial para a pequena comunidade de cinco irmãs que vivem na clausura do Mosteiro da Imaculada Conceição, na Vila Rezende.
O motivo desta grande festa é que a Madre Celina, Abadessa do Mosteiro, completará 60 anos de vida religiosa e estará celebrando este momento com todos os amigos, benfeitores e fiéis.
Natural de São Paulo onde nasceu em 13 de fevereiro de 1926 e recebeu o nome de Maria da Conceição de Souza. De família católica, teve nove irmãos, sendo que uma de suas irmãs também optou pela vida religiosa, tornando-se irmã na congregação salesiana.
Madre Celina ingressou no Mosteiro da Luz em São Paulo em 1949, com apenas 23 anos. Em 1951 emitiu os votos religiosos. Com bom humor e alegria contagiantes, apoiada num andador ortopédico e auxiliada carinhosamente pela Irmã Beatriz, enfatiza que “nunca me arrependi da escolha que fiz e pretendo viver ao menos 120 anos!”.
Fez parte do grupo das cinco irmãs pioneiras que, atendendo ao apelo de Dom Ernesto de Paula, vieram do Mosteiro da Luz para fundar o Mosteiro de Piracicaba, em 15 de agosto de 1956. Além de Madre Celina vieram naquela ocasião: Madre Maria Helena do Espírito Santo, Madre Oliva de Jesus, Irmã Maria Cecília do menino Jesus, falecidas e Irmã Maria Antonia de Santana Galvão, ainda em plena atividade.
Já em Piracicaba foi Vigária e Mestra de Noviças. Lutou de forma incansável ao lado da Madre Maria Helena, para que o Mosteiro fosse construído em terreno próprio, o que ocorreu anos depois graças á generosidade do prefeito da época, Dr. Francisco Salgot Castillon, que cedeu o terreno na Av. Armando Cesare Dedini, 891. Com muitos sacrifícios e doações surge o majestoso Mosteiro da Imaculada Conceição, das Monjas Concepcionistas.
Madre Celina tornou-se a Madre Abadessa (superiora e responsável pelo mosteiro) em 09 de janeiro de 1979 após a morte da Madre Maria Helena do Espírito Santo, cargo que ocupa até hoje, no alto de seus 84 anos.
A vida em clausura nunca foi desculpa para ficar alheia ás necessidades do povo mais sofrido e necessitado. Em parceria com os Missionários Xaverianos, que atendiam o Mosteiro como capelães, e com a colaboração de inúmeros benfeitores, proporcionou muitos benefícios e melhorias aos moradores do bairro Novo Horizonte, na periferia da cidade, distribuindo milhares de cestas de natal, construindo a escolinha “Menino Jesus” e o “Centro Comunitário Santa Beatriz”, onde a comunidade se reúne e recebe tratamento dentário.
Madre Celina e sua pequena comunidade de irmãs dedicam suas vidas á oração, a vida em comunidade e á confecção de trabalhos domésticos e manuais. A opção pela vida em clausura causa espanto e admiração e torna inevitável o questionamento: “PORQUE?”
Mas se você estiver passando em frente ao mosteiro, entre e passe alguns momentos na companhia das irmãs e da Madre Celina. Você será invadido por uma paz tão grande que voltará outras vezes para “beber na mesma fonte” que bebem estas queridas religiosas. Aproveite e leve para casa as famosas “pílulas” do Frei Galvão, primeiro santo brasileiro.
Caso ainda tenha dificuldade em entender a opção pela vida em clausura ouça Jesus que diz:
“Marta, Marta andas muito agitada e te preocupas com muitas coisas. Entretanto uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte que não lhe será tirada.” (Lc 10, 41-42)

MADRE OLIVA MARIA DE JESUS
a italianinha que saiu de Piracicaba para reformar e aperfeiçoar o obra do Santo Frei Galvão
Oliva Maria Grespan, seu nome civil, nasceu em Treviso, na pequena comune de São Martinho, Itália, em 04 de abril de 1879. Foi a segunda dos oito filhos de Giovanni e Joana Vicentin .
Com oito anos imigrou para o Brasil com sua família, pois seu pai havia recebido um proposta de trabalho na indústria de tecelagem. A proposta de trabalho na capital não prosperou e a família veio residir em Piracicaba.
Aqui viveu até os 15 anos, aprendeu as primeiras letras e fez a primeira comunhão. Desde muito cedo manifestava o desejo de ser religiosa e este seu desejo foi acompanhado pelos frades capuchinhos e de modo especial, pelo Frei Felix, seu orientador espiritual.
O mais natural teria sido seu ingresso numa congregação presente na cidade, como as Irmãs de São José, do Colégio Assunção, mas seu desejo era de clausura. Conhecendo este seu desejo Frei Felix a levou para São Paulo e Oliva ingressa no Mosteiro da Luz, em 1894.
Mesmo sendo muito simples e com pouco estudo, foi uma religiosa exemplar e tornou-se abadessa deste mosteiro, cargo que ocupou por 33 anos.
Sua atuação neste mosteiro é considerada o complemento do trabalho iniciado por Frei Galvão, pois completou e aperfeiçoou sua obra. De simples recolhimento de religiosas, o Mosteiro da Luz agregou-se á Ordem das Monjas Concepcionistas de Santa Beatriz, com todas as honras e obrigações inerentes á esta elevação á Mosteiro de Direito Pontifício. Com isto as Irmãs puderam professar votos solenes e perpétuos e trajar o hábito branco, preto e azul das Concepcionitas.
Foi um trabalho imenso que causou muitos sofrimentos á Madre Oliva, pois houve muita resistência de algumas das antigas irmãs, que não quiseram se adaptar ás novas regras.
Mesmo com a saúde extremamente frágil ainda arrumou meios e fundou o Mosteiro da Imaculada Conceição de Guaratinguetá, cidade onde nasceu o Santo Frei Galvão e fez a mesma reforma iniciada na Luz, no Mosteiro da Imaculada Conceição e Santa Clara, de Sorocaba. Não media esforços para divulgar a devoção á Imaculada Conceição, a Santa Beatriz, fundadora da Ordem, e a Frei Galvão, que na época estava em processo de beatificação.
Mesmo com todos os limites culturais aprendeu todo o ofício divino em latim e formulou todos os estatutos do Mosteiro, na mesma língua. Em 1928 publicou a 1ª. Biografia completa de Frei Galvão e em 1936 , a 2ª. edição ampliada. Esta obra, hoje rara, constitui um dos mais completos documentos da vida e da obra deste franciscano que se tornou recentemente o primeiro santo brasileiro. Madre Oliva foi uma das testemunhas ouvidas pela Congregação das Causas de Santos, no Vaticano no 1º. Processo de Beatificação, iniciado em 1938. É dela os relatos que atestam fatos extraordinários que aconteciam com Frei Galvão, como a levitação.
Muito amada e venerada pelas irmãs da Luz e por toda a comunidade católica da época, morreu com fama de santidade em 1948, com 70 anos. Relatos das irmãs presentes neste último momento são fascinantes e atestam até mesmo o êxtase final, quando Madre Oliva pode ver a figura de Maria, Nossa Senhora.
Sua sepultura foi aberta oito anos após sua morte e seu corpo encontrado incorruptível. Irmãs e autoridades que estiveram presentes á exumação atestam que seu corpo estava inteiro conservado, seu semblante era sereno e sua pele macia e perfeita. Documento assinado pelo Prof. Dr. Alberto de Oliveira Santiago, prova este fato com os seguintes termos: “ em 19 de julho de 1956 foi seu corpo exumado, verificando-se que o mesmo estava intacto, sem signaes de decomposição... fato extraordinário!” A Irmã Maria Antonia, do Mosteiro de Piracicaba, estava presente á esta exumação e pode tocar o corpo intacto.
Sua vida está intimamente ligada á cidade de Piracicaba, pois ela viveu aqui sua adolescência, freqüentou a igreja e a escola elementar, aqui discerniu sua vocação e daqui partiu rumo á clausura do Mosteiro da Luz, em 1894, optando por deixar os pais e os irmãos, á quem tanto amava.
Com a fundação do Mosteiro das Concepcionistas de Piracicaba em 1956, junto com as irmãs veio a veneração pela figura e vida de santidade de Madre Oliva, pois a 1ª. Abadessa de Piracicaba, Madre Maria Helena e a Irmã Maria Celina, pioneiras desta fundação, conviveram com Madre Oliva e receberam dela os mais belos exemplos e trouxeram as mais belas lembranças daquela á quem todos chamavam de “Mãezinha”.
Em 2009 seu nome foi colocado numa praça da Vila Rezende no Jardim Witter. Foi uma solicitação feita pelos moradores do bairro e pelas irmãs do mosteiro ao vereador José Aparecido Longatto, que apresentou o projeto na Câmara de Vereadores.
Mais que uma simples homenagem esta pracinha lembra a vida de uma mocinha italiana que saiu de Piracicaba para tornar-se a reformadora e 1ª. Abadessa do Mosteiro da Luz, em São Paulo. Apesar de todas as limitações físicas e intelectuais tornou-se grande aos olhos de Deus.
Suas filhas espirituais aspiram pelo dia em que Madre Oliva Maria de Jesus receberá as honras dos altares.

(autoria: IRMÃ MARIA ANTONIA DE SANTANA GALVÃO, concepcionista e Claudinei Pollesel, do I.H.G.P., Revisão Geral e Complementos de: Jair de Souza Palma, historiador e colecionador por fatos de Piracicaba e Vila Rezende.)

Avé Maria Puríssima !

Santa Beatriz da Silva

As Irmãs a seguir

Campo Maior - Portugal

Espanha - Galeria _ Fed. Sta María de Guadalupe

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Brasil - Galeria _ Fed. Imaculada Conceição

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